O objetivo do tratamento é erradicar completamente o câncer, impedindo a proliferação celular, o crescimento tumoral e o aparecimento de metástases. Câncer em fase inicial tem maiores chances de cura.
Após realizado o diagnóstico e exames de estadiamento, o médico assistente realiza a avaliação do paciente como um todo. Nesta fase, o paciente faz exames complementares e avaliações que forem necessárias com equipe multidisciplinar: médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, entre outros.
Existem quatro tipos considerados básicos para o tratamento contra o câncer. São eles: cirurgia, radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia. É preciso afirmar desde logo: não existe até hoje nenhuma abordagem alternativa capaz de curar o câncer.
Hoje não se pode pensar em tratar adequadamente o câncer sem recorrer às excepcionais técnicas desenvolvidas pela medicina: cirurgia, radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia/imunoterapia.
Para muitos pacientes, a cura é obtida com a combinação de tratamentos. Por isso, a cirurgia e a radioterapia de áreas específicas do corpo são frequentemente combinadas com a quimioterapia, que afeta todo o organismo. Cada caso deve ser avaliado separadamente e decidido pela equipe médica assistente a melhor combinação de tratamento para cada um.
Tipos de tratamento
As opções de tratamento para o câncer dependem do tipo de câncer (por exemplo, o de mama) e do estágio da doença (se inicial, mediano ou avançado), de possíveis fatores adversos, da preferência e condições gerais de saúde do paciente (por exemplo, se há alguma outra doença como cardiopatias ou problemas respiratórios que interfiram no tratamento).
Os tratamentos para o câncer se dividem basicamente em dois tipos: local e sistêmico.
O tratamento local é aquele direcionado diretamente à região em que o tumor se encontra, e tem por objetivo a retirada do tumor (cirurgia) ou o controle local (radioterapia), com o intuito de destruir o tumor ou as células tumorais restantes no local.
O tratamento sistêmico é aquele em que a medicação circula no sangue para atingir e destruir as células cancerosas tanto no local de origem quanto nas outras áreas do corpo, com o objetivo de evitar que a doença se espalhe formando metástase.
1 – CIRURGIAS
Tipos:
Da mama: mastectomia (retirada de toda a mama) e cirurgia conservadora (retirada de parte da mama onde se encontra o tumor). A cirurgia conservadora depende do tamanho do tumor e pode ser tumorectomia (retira apenas o tumor), setorectomia (retira o tumor e uma parte da mama em volta) ou quadrantectomia (retira um quarto da mama onde está o tumor).
Dos linfonodos: dissecção axilar ou linfadenectomia que é a retirada dos linfonodos da axila. Biópsia do linfonodo sentinela em que são retirados apenas os primeiros linfonodos mais próximos à mama.
Efeitos colaterais e cuidados
As cirurgias podem ter como complicações comuns a infecção, o sangramento e a ‘’queda’’ dos pontos (deiscência). Deve-se estar atento aos cuidados com a higiene e com a ferida operatória e procurar atendimento médico ao menor sinal de problema.
Outra complicação possível da cirurgia é o aparecimento de inchaço ou linfedema no braço do lado da cirurgia. Isso acontece pelo acúmulo de líquidos causado pela retirada dos gânglios linfáticos axilares durante a cirurgia. Esse procedimento é necessário para evitar a progressão da doença. Não há uma maneira certa de prever quem desenvolverá ou não o linfedema. Pode ocorrer logo após a cirurgia ou mesmo anos depois. O potencial de se desenvolver o linfedema se mantém ao longo da vida da mulher. Um dos primeiros sinais do linfedema pode ser uma sensação de aperto no braço ou mão do mesmo lado em que foi tratado o câncer de mama. Alguns cuidados devem ser tomados pelo paciente com o objetivo de evitar aparecimento do linfedema. É importante hidratar bem a pele do braço todos os dias, aproveitando para massagear o braço, evitar atividades com exercícios repetitivos (como digitar ou escrever, fazer crochê etc), evitar pegar excesso de peso (carregar bolsas e sacolas, levantar pesos), evitar uso de pulseiras, relógios e anéis apertados, evitar qualquer procedimento que possa causar ferimentos no braço e mão (retirar cutículas, usar lâminas ou cera para depilar, queimaduras, usar com cuidado facas e tesouras), não colocar compressas quentes ou geladas no braço, não usar ‘’remédios’’ sem orientação do seu médico. Qualquer inchaço, aperto ou acidente no braço ou mão deve ser reportado imediatamente ao seu médico.
2 - RADIOTERAPIA
O que é: é um tratamento no qual se utiliza radiação para destruir ou impedir que as células cancerosas do tumor aumentem e se multipliquem. Essas radiações não são vistas e durante a aplicação você não sentirá nada. Da mesma forma que a cirurgia, a radioterapia é um tratamento local. Para fazer a radio é necessário que seu médico preencha a APAC (autorização para procedimento de alto custo). Após o programa pegue o laudo, pois sem ele é proibido fazer a radio. É fundamental e obrigatória uma revisão com seu médico por semana. Combine com ele o horário. É muito importante ressaltar que os pacientes que recebem radioterapia não se tornam radioativos.
Efeitos colaterais: em geral a radioterapia é fácil de tolerar e seus efeitos adversos são mais limitados ao local de tratamento. Aparecem geralmente na terceira semana de aplicação e desaparecem poucas semanas depois de terminado o tratamento. Cada pessoa reage de uma forma diferente à radioterapia. Você pode sentir cansaço, perda de apetite e reações na pele, tais como vermelhidão, ardor, prurido, escurecimento.
Cuidados:
• A pintura feita não pode ser retirada, senão atrasa o tratamento. É só não esfregar bucha, sabão e toalha. Ela deve ser renovada de 4 em 4 dias com o técnico.
• Lave a área com água corrente (debaixo do chuveiro) e sabonete, não esfregue bucha no local. Enxugue com uma toalha macia, sem esfregar, deixe sempre enxuta a área.
• Não use cremes, loções, talcos, óleos corporais, desodorantes, perfumes, medicações ou qualquer outra substância na área em tratamento.
• Só utilize algum tipo de curativo na pele (como gaze ou band-aid) com a orientação de seu médico.
• Não utilize sacos de água quente ou gelo, saunas, banhos quentes, lâmpadas solares ou qualquer outro material sobre a pele em tratamento.
• Dê preferência às roupas feitas de algodão.
• Evite usar roupas apertadas, sutiãs, camisas com colarinhos, calças jeans, etc.
.
3 - QUIMIOTERAPIA
O que é: utilização de medicamentos/drogas que agem na destruição das células malignas para que elas não cresçam nem se espalhem. Pode ser aplicada através de injeções intramusculares ou endovenosas ou por via oral.
É dividido em dois tipos, conforme o estágio da doença:
• Em estágios iniciais pode ser administrado de maneira neoadjuvante (antes da cirurgia) ou adjuvante (depois da cirurgia), com a intenção de curar.
• Em estágios avançados, isto é, na doença disseminada em outros órgãos (metástases), o tratamento é dito paliativo e visa diminuir o crescimento do tumor e/ou reduzir os sintomas causados pelo câncer, podendo prolongar a vida do paciente.
Efeitos colaterais e cuidados:
A quimioterapia tem como principal objetivo eliminar as células cancerígenas que formam o tumor. Infelizmente, os medicamentos utilizados não são capazes de diferenciar as células malignas das células normais. Por esse motivo, a quimioterapia atinge tanto as células que formam o tumor quanto as células sadias. O resultado disso é o aparecimento dos efeitos colaterais, que duram algumas semanas, vários meses, ou podem ser permanentes.
a.Extravasamento de drogas. Como as drogas aplicadas são super fortes, não podem extravasar para local indevido, podendo destruir totalmente a região. Por esta razão, as drogas são preferencialmente administradas por catéter. O extravasamento da droga pode causar dano tecidual (no tecido) e funcional irreversíveis e permanentes (perda do movimento das mãos, por exemplo, decorrente da destruição dos tendões, se a aplicação da droga for nesta região). Observe o local da punção (da agulha) atentamente durante a quimioterapia. O extravasamento da medicação é um acidente grave – uma emergência oncológica. Chame o médico imediatamente.
b. Queda de Cabelo. A queda acontece porque a quimioterapia ataca as células sensíveis do folículo capilar (raiz do cabelo). Isso varia de acordo com o tipo de medicação usada. Quando ocorrem, pode começar na 2ª ou 3ª semana após o início do tratamento. Se o seu cabelo começar a cair, corte-os bem curtos. A queda total do cabelo pode levar mais ou menos uma semana. Outros pelos do corpo também podem cair, como sobrancelhas, cílios e pelos pubianos. Proteja a sua cabeça do sol usando chapéu, turbante ou um lenço. Use sempre um bloqueador solar para proteger o couro cabeludo. O seu cabelo voltará a crescer de 2 a 3 meses após o término da quimioterapia e pode crescer diferente do que era antes, sem mais fino ou mais grosso, ou mais enrolado, ou de cor diferente.
c. Dores/mialgias. A quimioterapia pode provocar ardor, formigamento, lesões na boca, dor de cabeça, dores musculares, dor de estômago, dores em mãos e pés, dor ao caminhar, aumento da sensibilidade e cansaço. Depende de cada pessoa e da medicação usada. Para controlar a dor tome os medicamentos prescritos pelo seu médico na hora certa. Não pule o horário, mesmo que não sinta dor num determinado momento. Não deixe a dor ficar insuportável. Relaxe, para diminuir a tensão muscular, a ansiedade e a dor. Comunique a seu médico caso existam mudanças nas características da dor que sente.
d. Pele e anexos/fotossensibilidade (sensibilidade à luz). As mudanças na sua pele no local que tenha recebido radioterapia ou a quimioterapia, como coceira, ressecamento, erupções cutâneas, descamação, sensibilidade ao sol, rash cutâneo (sentir a pele ficar vermelha e quente) ou urticária, geralmente melhoram após o término do tratamento. Entretanto, como o escurecimento da pele pode ser permanente, proteja sua pele do sol usando um bloqueador com fator de proteção de pelo menos 30. Proteja também os lábios. Evite a luz solar direta, não se exponha entre as 9h e 15 horas. Ante reações alérgicas severas à quimioterapia, como dor, vermelhidão ou bolhas ou chiado no peito ao respirar, comunique a seu médico.
e. Mudanças nas unhas. As unhas podem ficar fracas e escuras, frágeis, quebradiças e cair. Trata-se de acontecimento normal, pois elas voltam a crescer. Evite infecção: use luvas para proteger as mãos quando for lavar louça, limpar a casa ou trabalhar em jardinagem. Não use produtos irritantes. Evite machucar as cutículas.
f. Insônia. Pode ser provocada pelo tratamento preparatório para a quimioterapia. Melhore o ambiente onde você dorme, desligando aparelhos eletrônicos como TV e rádio, deixando o local mais escuro possível. Se necessário tome chá calmante à noite como camomila ou erva cidreira.
g. Mudanças no Sistema Nervoso. A quimioterapia pode causar alguns problemas no Sistema Nervoso. Muitos destes problemas melhoram após o término do tratamento. No entanto, alguns problemas podem durar longos períodos ou até tornarem-se permanentes. Sintomas que podem aparecer são: formigamento, fraqueza e adormecimento nas mãos e nos pés; sensação de mais frio que de costume; sensação de perda do equilíbrio (tontura); dificuldades para pegar objetos ou abotoar a roupa; tremores; diminuição da audição; fadiga; confusão e problemas de memória; depressão. Evite cair: caminhe lentamente sempre se segurando no corrimão ao subir ou descer escadas, para não tropeçar. Se precisar, conte com a ajuda de uma bengala. Sempre use sapatos ou tênis com sola de borracha. Se a memória esta falhando, solicite que alguém próximo lhe ajude para não perder a hora de tomar a medicação, além de comunicar a seu médico se ocorrer este fato.
h. Alterações Sexuais. Nas mulheres a quimioterapia pode provocar alterações nos ovários, mudanças nos níveis hormonais, períodos menstruais irregulares ou ausentes e menopausa precoce/irreversível. A Paciente pode sentir ondas de calor, secura vaginal, aumento da secreção vaginal e prurido (coceira). Pode, ainda, ter falta de interesse sexual, sentir-se irritada, preocupada, tensa, deprimida ou cansada para ter relações sexuais.
Gravidez: é muito importante não engravidar durante o tratamento para o câncer, principalmente na fase de quimioterapia, já que os medicamentos utilizados podem afetar o desenvolvimento do feto, especialmente nos 3 primeiros meses. Peça a seu médico orientação sobre o melhor método anticoncepcional.
i. Boca e garganta. Cuide de seus dentes. Antes de iniciar os tratamentos contra o câncer, procure um dentista, a fim de evitar qualquer infecção na boca. A radioterapia e a quimioterapia podem produzir sensibilidade ou feridas na boca e nas gengivas (afta), bem como dor na garganta. A mucosite se dá em qualquer parte úmida do tubo digestivo (TGI - trato gastrointestinal). Bochechar com bicarbonato com água ajuda, mas se aparecerem feridas ou sangramento na gengiva procure logo o pronto-socorro. Certos alimentos irritam a boca, dificultando a mastigação e a deglutição. Você pode sentir alteração no sabor dos alimentos, porque a quimio altera as células da língua. Experimente alimentos fáceis de mastigar e engolir sucos, purês de frutas e de legumes, caldos e cremes, purê de batatas, banana, macarrão, pudins, gelatinas, ovos mexidos, mingau de aveia. Use canudinho para beber líquidos. Evite frutas cítricas e seus sucos (laranja, tangerina). Alimentos condimentados ou salgados, duros, ásperos ou secos, como legumes crus, granola, torradas, biscoito, machucam a mucosa da boca e facilitam o aparecimento de aftas.
j. Náuseas e vômitos. Podem ocorrer antes, durante, logo após ou de dois a cinco dias depois da quimioterapia. Uma maneira de evitar os vômitos é evitando as náuseas. Se a náusea costuma aparecer durante o tratamento, evite comer uma hora antes da quimio ou da radioterapia e espere pelo menos uma hora após para ingerir algum tipo de alimento ou bebida. Não beba muito líquido antes, nem durante as refeições e não deite imediatamente após comer. Beba líquidos mornos e frescos e não consuma bebidas gasosas. Coma devagar, pequenas porções várias vezes ao dia. Ao invés de comer 3 grandes refeições, faça 5 ou 6 refeições pequenas. Descanse sentada durante 1 hora após as refeições. Caso necessário fale com seu médico e medicação antiemética (para enjoos) pode ser prescrita.
k. Perda de apetite. A perda ou a falta de apetite no início da quimioterapia é comum e pode permanecer durante poucos dias após cada aplicação. O aumento do apetite na semana subsequente é esperado, mas não é bom para o tratamento comer demais. Muitas coisas afetam o apetite, inclusive o mal-estar (náuseas e vômitos) e a depressão. Não fique sem se alimentar. Não dê a você qualquer razão para não comer.
l. Constipação (Prisão de Ventre). A prisão de ventre é outro efeito da quimioterapia, mas que também pode ter outras causas, como outras medicações usadas, alimentação incorreta e a ausência de exercício. As medidas de controle iniciam-se com a alimentação que deve ser rica em fibras. Diarréia e prisão de ventre são consequências de inflamação da mucosa. Inicialmente ocorre a constipação, depois a diarréia. Se forem graves, procure atendimento médico. Beba de 8 a 10 copos de líquidos por dia (água, sucos e chás) e coma alimentos que melhorem o trânsito intestinal como ameixa fresca ou seca, iogurte, aveia, laranja, mamão, abacaxi, mexerica, manga e pêra, sempre que possível com casca e bagaço, também saladas cruas, verduras refogadas, legumes, feijão, milho, arroz integral, pão integral, aveia, farelo de trigo, granola. Utilize 3-5 porções por dia desses alimentos. Evite preparações à base de maisena, molhos brancos e gratinados, bolos, farinha, fubá, pão branco, arroz branco, macarrão, tortas.
m. Diarréia. A diarréia pode surgir com o uso da quimio, ou estar relacionado à ansiedade, nervosismo, alimentação e outras medicações. A diarréia pode ocasionar desconforto e outros problemas, como a desidratação, e aumentar o risco de infecção. Diarréia e prisão de ventre são consequências de inflamação da mucosa. Inicialmente ocorre a constipação e depois a diarréia. Se forem graves, procurar o médico. Beba muito líquido! Hidrate-se bem com água, água de coco ou sucos naturais, evitando uso de açúcar. Comidas à base de maisena, purê de batata, mandioca, mandioquinha, arroz, macarrão e cará fazem bem. Prepare purês sem leite. Ingerir caldo de carne, fécula de batata, ovos cozidos. Evite comer frutas como laranja, mamão, manga, ameixa, mexerica e abacate, que soltam o intestino, também saladas cruas, verduras refogadas, legumes, feijão, ervilha, milho, leite e seus derivados (iogurte, coalhada, creme de leite). Dê preferência para alimentos que conhecidamente ajudam a diminuir a diarréia como banana, caju, e uma mistura com polvilho em um pouco de água com limão.
n. Anemia. O tratamento quimioterápico pode afetar às células do sangue como os glóbulos vermelhos, os glóbulos brancos e as plaquetas. A anemia se apresenta quando os glóbulos vermelhos ou hemácias são afetados. São eles que conduzem o oxigênio pelo corpo. Assim, a anemia pode apresentar-se com sintomas variados que incluem: aumento do batimento cardíaco, falta de ar, fraqueza, tontura e fadiga. Dependendo da gravidade da anemia podem ser usadas medicações de suplemento de ferro ou até transfusões sanguíneas. Por esta razão exames de sangue são feitos periodicamente durante o tratamento. Tenha cuidados com você mesmo, respeitando os limites do seu corpo. Durma 8 horas todas as noites e, durante o dia, descanse uma ou duas vezes pelo menos durante 30 a 60 minutos, sempre que sentir necessidade. Limite suas atividades. Você deve realizar somente as atividades realmente importantes. Evite fazer muito esforço. Siga uma dieta balanceada escolhendo alimentos que contenham todas as calorias e proteínas que seu organismo necessita, e alimentos ricos em ferro como folhas verde escuras (couve, brócolis etc) associados a uma fruta cítrica como limão ou laranja.
o.Neutropenia. Outro tipo de célula sanguínea que pode ser afetada são os glóbulos brancos ou leucócitos. Essas células são de defesa do nosso corpo, e multiplicam-se de modo rápido e podem diminuir temporariamente pela ação da quimioterapia. Quando isso ocorre, há maior risco de infecção por vírus, bactérias e fungos. Evite ficar perto de pessoas adoentadas, mesmo que seja uma gripe simples. Fique atento caso você tenha um cateter ou sonda: se aparecer vermelhidão, inchaço ou dor nesses locais, comunique o seu médico. Também procure atendimento caso tenha febre, calafrios ou sudorese.
p.Plaquetopenia. Outro tipo de célula do sangue que pode ser afetado são as plaquetas. Elas são responsáveis pela coagulação do sangue, ajudando uma ferida a parar de sangrar. Quando estão em níveis baixos podem ocorrer pequenos sangramentos (gengiva ou nariz) ou hematomas (manchas arroxeadas na pele). Cuide-se: use calçado que proteja seus pés, em caso de pequenos cortes lave com água corrente e pressione o local firmemente e por um bom tempo. Caso não consiga controlar esses sangramentos que podem surgir, procure atendimento médico.
4 - HORMONIOTERAPIA
O que é: hormonioterapia ou terapia endócrina atua baixando os níveis hormonais do estrogênio e da progesterona (hormônios femininos) ou bloqueando sua ação nas células tumorais. Essa terapia só é empregada em pacientes cujo tumor responde ao estímulo hormonal. Isso é determinado através do exame de imunohistoquímica. Normalmente é usado após terminar a quimioterapia e radioterapia e sua duração depende da indicação, podendo ir até 5 anos de uso ou por tempo indeterminado nos casos de câncer avançado com metástases.
Efeitos colaterais e cuidados: pacientes em uso de hormonioterapia podem sentir ondas de calor (fogachos), corrimento vaginal, secura vaginal, cefaleia (dor de cabeça), náuseas e vômitos, cansaço e retenção de líquidos (com ganho de peso), aumento do apetite, dores ósseas e em articulações e aumento da perda óssea (osteopenia e osteoporose). Converse claramente com seu médico assistente sobre todos os sintomas que aparecerem e ele deverá lhe orientar sobre os cuidados para melhorar cada sintoma, prescrevendo medicações, caso necessário.
As escolhas que você faz para o seu dia a dia determinam a sua qualidade vida. A forma de você se alimentar, exercitar, trabalhar e cuidar das emoções influenciam o seu bem estar. Por isso, é importante saber que, mesmo que a rotina mude com o tratamento oncológico, você pode fazer escolhas que mantenham sua qualidade de vida. Todas essas questões podem ser auxiliadas com aconselhamentos e grupos de apoio direcionados aos pacientes com câncer.
Emoções
Você vai se sentir aliviado ao finalizar o tratamento. Foi um caminho longo percorrido, muitas vezes doloroso física e emocionalmente. Muitas vezes você ficou em dúvida se conseguiria e a depressão pode fazer parte dessa caminhada. Você pode se sentir angustiado(a) e ver esse sentimento em seus familiares e amigos. Não desanime nunca! Em todo momento desse processo de tratamento, recuperação e superação da doença você tem como compartilhar esses sentimentos e buscar auxílio na equipe de psicólogos que estão à disposição dos pacientes com câncer. Há tratamento individualizado e para a família. Existem grupos de apoio aos pacientes e também familiares. Procure ajuda para você e para sua família. Conheça pessoas que estão passando pelos mesmos problemas que você. Compartilhe! E verá sua caminhada ficar mais leve.
A vida continua...
O que acontece após o tratamento de câncer? É difícil não se preocupar com a volta do câncer. Por isso, pode levar um tempo para que a sua confiança em sua recuperação comece a aparecer e parecer realidade e, assim, seus medos sejam de alguma forma aliviados. No fim percebe-se que tanta luta e tanta dor trazem outros benefícios. Afinal, vencer é superar limites, é a própria reforma interior, é o fortalecimento. Ter fé na recuperação leva à grande vitória: o crescimento e a valorização de cada momento da vida! Esse é o caminho dos corajosos!!!
“Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar... porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir.” Cora Coralina.
O câncer é uma doença que aparece sob várias formas e em qualquer parte do corpo (menos nos dentes e nos cabelos). Não é uma doença única, mas cerca de 200 doenças distintas, cada uma delas com suas causas, sintomas e tratamentos específicos.
Qualquer tumor, seja ele benigno ou maligno, surge por causa de uma alteração genética das células do organismo. A diferença entre eles diz respeito principalmente à sua capacidade de crescimento e de disseminação para outras áreas do corpo (metástase). Os tumores benignos crescem lentamente e não se espalham para outras partes do corpo, enquanto os tumores malignos (também chamados de câncer ou neoplasia maligna) crescem de maneira descontrolada, destruindo o tecido local e se alastrando para outras partes do corpo, formando as metástases.
- DIAGNÓSTICO DE CÂNCER
Se houver uma lesão ou nodulação suspeita, o seu médico deverá indicar um método para diagnóstico. Esse método pode ser uma punção ou biópsia da lesão. A punção extrai secreção da lesão para avaliação citológica e a biópsia extrai fragmentos (pequenos pedaços) da lesão para avaliação histopatológica. O material retirado por estes exames é encaminhado para um médico patologista que fará o exame anátomo-patológico que definirá se a lesão é ou não é um câncer.
Nos casos de câncer de mama o exame pode ser feito já durante a consulta em lesões palpáveis. Nos casos de lesões que não são palpáveis, é necessário exames através de ecografia ou mamografia para localizar a alteração.
Se o tumor é mesmo um câncer, segue-se a realização de exames para estadiamento da doença. Esta etapa é necessária para estabelecer a extensão da doença, se é inicial ou se já tem metástases.
O estadiamento é realizado através de exames de sangue e de imagem, dependendo de cada caso e tipo de câncer. Pode ser realizado radiografia, cintilografia, tomografia, ressonância magnética etc.
A extensão do tumor é dada pela classificação TNM (tumor/linfonodo/metástase) e revela se a doença está em fase inicial, mediana ou avançada. Isso é importante para definir o tipo de tratamento a ser realizado.
Além desses exames para estadiamento, o paciente com câncer ainda deve fazer avaliações que o preparem para cirurgia e os demais tratamentos: exames de sangue, ecografias, imunohistoquímica, avaliações de especialistas (cardiologistas, por exemplo), dependendo de cada caso.
- E AGORA?
Caso seja confirmado que o diagnóstico é realmente de câncer, antes de mais nada, CORAGEM!!!
Querido paciente, querido amigo(a), muita calma nesta hora!Tenha coragem para lutar e vencer!
Ao receber o diagnóstico de câncer você pode sentir que perdeu o chão... pode sentir medo, ansiedade, angústia, preocupação, raiva, revolta... e pode ficar agressivo. Não se assuste se você se sentir desorientado. O caminho da superação é possível!
Nesse momento, nada é mais importante do que cuidar de você mesmo(a). Lembre-se de bons sentimentos como amor, esperança, carinho, amizade, fé e felicidade. Você vai precisar de todas as forças para enfrentar a dor, a depressão e a vontade de desistir. Transforme a revolta e outras tantas emoções que surgirem, em algo produtivo para si mesmo(a), com determinação e coragem.
Assim, após a confirmação da doença, comece logo a fazer a coisa certa: faça uma lista de suas obrigações e prioridades e coloque-se em primeiro lugar, no topo, acima do trabalho, da casa e até mesmo da família. Aos poucos, as coisas vão voltando a seu devido lugar e você vai retomando as rédeas da sua vida.
O tratamento de câncer exige que o(a) paciente seja forte e confiante. Tente manter a calma. Seja positivo(a) e tenha esperança. O câncer é uma doença em que a atitude positiva é tudo! Torne-se agente do seu processo de recuperação. Torne-se uma pessoa consciente na luta contra o câncer.
Apoie-se em sua crença espiritual (o poder de Deus e da oração). Confie e colabore com a equipe médica, compartilhando duas dúvidas. Mas além de Deus e da equipe médica, o(a) paciente conta consigo mesmo, com sua própria força e vontade de superar.
Amigo(a) Paciente, Você pode e deve se ajudar em todas as fases da recuperação, até a superação total.
Tenha coragem de lutar, crescer e vencer.
Acredite que a VIDA vai ser melhor. E será!
– Identificação dos serviços prestados por meio de Programas:
01. ACOLHIMENTO e NAVEGAÇÃO
Descrição: atendimento inicial ao paciente que busca atendimento no HBDF, com acolhimento, orientações, encaminhamentos, visitas aos pacientes internados, promovendo um espaço de escuta e esclarecimento.
Resultado: 14.130 atendimentos realizados, em média.
02. DOANDO AUTO-ESTIMA
Descrição: Doação de próteses mamárias, perucas, toucas e lenços, e ações que motivem a beleza tais como corte de cabelo e barba, para melhorar a auto-estima dos pacientes, contribuindo para a adesão ao tratamento e qualidade de vida.
Resultado: 1.971 atendimentos realizados
03. VIVER É UMA ARTE
Descrição:
São realizadas oficinas de artesanato na Oncologia Clínica e na Radioterapia, amenizando a ansiedade, ocupando o tempo ocioso e também, o ensino de uma ocupação conforme sua condição de saúde, desenvolvendo habilidades que podem ser fonte de geração de renda e profissionalização. Busca a integração no mercado de trabalho por meio de oficinas de artesanatos, ensinando um ofício e promovendo a autonomia financeira e a cidadania.
Resultado: 4.528 atendimentos realizados.
04. INFORMAÇÃO e ORIENTAÇÃO
Descrição: ações que promovam esclarecimentos sobre os direitos dos pacientes oncológicos e o tratamento de forma integral. Para isso, são realizadas palestras diárias, fornecimento de cartilhas informativas, manual de voluntários. Há também a distribuição de livros diversos que promovem cultura, cidadania e divulga saberes, oferecendo acesso às informações sobre o câncer, tratamento e direitos dos pacientes oncológicos.
Resultado: 2.044 atendimentos realizados
05. TRANSPORTE SOLIDÁRIO
Descrição: Orientação e auxílio no procedimento quanto à juntada de documentos exigidos para obtenção do Passe Livre junto ao GDF. Doação de auxílio para pagamento de passagens para ir ao HBDF realizar quimioterapia e radioterapia.
Resultado: 2.239 atendimentos realizados.
06. LANCHE SOLIDÁRIO
Descrição: São lanches compostos por café, biscoitos pães e bolos, servidos diariamente aos acompanhantes de pacientes que estão internados no HBDF. Visa amenizar a fome, diminuir a ansiedade e aliviar a tensão dos pacientes e acompanhantes que passam muito tempo no hospital. Torna-se também um momento de acolhimento e escuta dos acompanhantes, e humanização.
Resultado: 49.960 atendimentos realizados.
07. ADOTE UM PACIENTE:
Descrição:
Prestar assistência material aos pacientes oncológicos internados e ao Hospital de Base do DF, por meio de doações de materiais que permitam o tratamento, melhorem a qualidade de vida e humanizem o ambiente hospitalar.
Resultado: 7.933 atendimentos realizados.
08. SUSTENTABILIDADE
Descrição: ações que viabilizem a sustentabilidade da instituição por meio de realização de eventos para a captação de recursos, tais como: bazares, sócios contribuintes, bingos e outros.
45 Eventos – 1.125 pessoas
Bazar: em média, 7.920 pessoas visitam o bazar ao ano.
Resultado: Em média 1.915 atendimentos realizados.
09. AÇÕES EM ADVOCACY
Descrição: ações voltadas para a luta pelo direito ao tratamento oncológico para a conscientização da sociedade, capacitação de agentes transformadores, mobilização da população e acompanhamento da atuação o poder público .
Resultado: 1.640 atendimentos realizados(participantes de palestras e capacitações)
a. O câncer tem cura? Sim, o câncer tem cura! Mas depende do quão avançado ele se apresenta, de acordo com o tamanho do tumor e se existe ou não metástase. Quanto mais inicial for o estágio da doença, maior será a chance de cura. Por isso é muito importante a realização do diagnóstico precoce.
b. O câncer é contagioso? Não! O câncer não pode ser transmitido por contato. Entretanto, é bom ressaltar que existem certos tipos de vírus que são propensos a provocar alguns tipos de câncer e podem ser transmitidos por contato sexual, transfusão de sangue ou por seringas contaminadas. O câncer de mama não é provocado por vírus, portanto não é contagioso.
c. Posso cuidar do meu câncer ficando em casa?
Gente, atenção: a melhor forma de se lidar com o câncer é unir a ciência e a fé. Buscar o tratamento médico, fortalecer a fé dentro da sua religião, e ter muito pensamento positivo.
d. Pessoas da minha família tiveram câncer. O câncer é hereditário? Alguns tipos sim. No caso do câncer de mama, de 5% a 7% dos casos são ligados ao fator hereditário. Na grande maioria dos casos, as mulheres não têm parentes com câncer de mama ou mesmo outros cânceres.
e. Mamografias são dolorosas? O procedimento da mamografia pode ser desconfortável, e se houver alguma parte dolorosa, dura apenas poucos segundos.
f. Todo tumor é câncer? A palavra tumor é atribuída a qualquer aumento de volume desenvolvido em qualquer parte do corpo. Não significa câncer. Quando as células crescem de forma organizada, sem invadir tecidos vizinhos, correspondem a um tumor benigno. Caso contrário, o tumor é maligno, esse sim, um câncer.
g. Desodorante anti-transpirante pode causar câncer de mama? De forma alguma. Não existem pesquisas ou estudos que comprovem a relação entre as duas coisas. O que pode acontecer é o entupimento de algumas glândulas sudoríparas, mas isso não afeta a mama.
h. Se eu faço o autoexame de mamas todos os meses não preciso fazer mamografia? O autoexame das mamas não é capaz de detectar, por si só, a existência do câncer de mama. Alguns cânceres de mama são detectados apenas com a mamografia. Outros são detectados apenas com exame médico. O melhor é fazer a conjugação de todos os passos do autocuidado das mamas, isto é, realizar o autoexame todos os meses, fazer o exame clínico com seu médico anualmente, e a mamografia na periodicidade indicada.
i. Amamentar protege o peito do câncer de mama? A amamentação é muito importante como fator protetor. Mulheres que amamentam o primeiro filho mais cedo têm menos risco para o câncer de mama. Quando a mulher completa a gravidez e amamenta, as células mamárias chegam à sua maturidade, tornando-se mais resistentes a alterações genéticas.
j. O tecido denso das mamas, em mulheres jovens, impossibilita a visualização de tumores pela mamografia? Apesar de dificultar a visualização, essa continua sendo a única forma de detectar microcalcificações que podem ser sinais de um início de câncer de mama.
k. Usar sutiã apertado provoca câncer? Não existe associação entre o uso de sutiãs de quaisquer tipos com o aparecimento de câncer de mama.
l. Tomar anticoncepcional provoca câncer? A associação entre o anticoncepcional hormonal e o câncer de mama tem sido muito debatida, mas até o momento não há um consenso. Atualmente não se contraindica o uso da pílula anticoncepcional para mulheres saudáveis. Para as mulheres que já tiveram o câncer de mama não é recomendado o seu uso.
m. O cigarro e o álcool tem relação com o câncer? Há realmente uma associação entre o consumo de álcool e o aumento do risco para o câncer de mama. Já o cigarro ainda está em estudo, mas a tendência desses estudos é confirmar o perigo do cigarro para o câncer de mama.